Escolha da melhor tese defendida em 2014
A Comissão encarregada de escolher a melhor tese defendida em 2014 no PPGICH, composta por Profa. Teresa Kleba Lisboa (presidente), Profa. Rosana de Carvalho Freitas Martinelli e Prof. João Lupi, concluiu seu trabalho indicando a tese de LEANDRO MARCELO CISNEROS para que concorra ao Prêmio CAPES 2015 e de Prêmio UFSC de Tese 2015.
A tese foi orientada pelo Prof. Paulo Krischke e coorientada pelo Prof. Selvino Assmann e pela Prof.a Xochitl Leyva Solano (México).
O seu título é: “Guerra e política nas comunidades zapatistas de Chiapas-México: resistência e criação “
O resumo é o que segue: Este estudo sobre o fenômeno do Zapatismo no México, indaga sobre o conteúdo de dignidade e rebeldia, na atitude de resistência no contexto de biopolítica. Perguntamo-nos se as ações políticas orientadas por essa atitude podem ser entendidas como a criação de outra maneira de fazer política. Este trabalho também é uma aproximação inicial a uma forma de construção de sociedade civil, reconhecendo sua dimensão estética, entendendo que há ações de criação política para o efetivo exercício e institucionalização de uma política emancipatória. Esse é o marco geral da nossa pesquisa, que apresenta no seu primeiro capítulo a análise das relações políticas entendidas pelo crivo da guerra, pontualmente, como as/os Zapatistas concebem, preparam, se organizam e deflagram uma guerra, mas pautada pela política. No segundo capítulo, ainda desenvolvemos o primeiro dos termos da relação, só que agora focando na guerra após janeiro de 1994, visando sua reconfiguração, sua mutação, não apenas do lado zapatista, frisando a redefinição que o governo e o Estado mexicanos propuseram, ao defini-la como guerra de baixa intensidade. Isto, entendido a partir da chave de leitura proposta por Foucault: a inversão do aforismo de Clausewitz. O terceiro capítulo se aprofunda no tipo de relações políticas que as/os Zapatistas propõem, e suas possibilidades, para transcender as meras relações de força, constituindo relações que possam articular ética e política no governo de si e dos outros. O quarto capítulo explicita de forma mais evidente a dimensão estética dessa proposta teórico-prática das/os Zapatistas, entendida como uma estética da existência. Finalmente, algumas considerações para contribuir para o debate.


